domingo, 16 de outubro de 2011


Pânico no Município da Viana após a interdição da sessão de autografo do Brigadeiro 10 pacotes

Venda do disco do musico critico social Brigadeiro 10 pacotes foi impedido quando a viatura que transportava os discos para o municipio da Viana, local onde se pretendia a comercializaão e sessão de autografo foi interditado por uma viatura não identificada que colocou o motorista e retirou todos od discos
Fruto deste acto, mas de 200 pessoas que aguardavam a chegada dos discos para comprarem e autografo do mesmo, organizaram-se e partiram do local em direcção a praça do primeiro de Maio para manifestar e condenar a acção, acto que foi impedido por um dispositivo policial junto ao control, ou seja gamek bar e ter resultado na detenção de 2 manifestantes.
Alguns minutos, chegou ao local da manifestação um oficial superior da policial que de acordo a fonte, teria sido o actual comandante da policia, mas como não o conhece não confirmou a sua suspeita, que de seguida conversou com os manifestantes propondo-lhe uma negociação que consubstanciava-se na formação de um grupo composto de 8 pessoas que seriam os interlocutores dos manifestantes com a policia nacional, exigindo que teriam de fazer uma carta dirigida ao Comando Nacional da Policial explicando os factos para que segunda feira resolvesse o caso. Recusando a proposta deste oficial superior que trajava roupa civil o comando policial da Viana reforçou o dispositivo policial com agentes da esquadra policial do Kilamba Kiaxi.

Sessão de autografo do musico Cabo Verdiano John Ramos impedido pelos manifestantes
Não satisfeito, o grupo de manifestante dirigiu-se a Casa da Juventude daquele município onde o musico cabo cabo-verdiano John Ramos efectuaria a sessão de autografo da sua mais recente obra discográfica, impedindo este acto com palavras de ordem:
Se o musico angolano não pode vender o seu disco então musico estrangeiro nenhum pode o fazê-lo no nosso país. O pânico instalou-se na casa da juventude da Viana com choros a mistura, tendo obrigado a organização retirar o John Ramos pelas traseiras de forma a evitar o pior.
Até ao momento, que reporto este acontecimento e de acordo a fonte no local, viaturas da policia nacional dirigem-se a aquele município indicador que a manifestação ainda continua mesmo depois da intervenção policial, uma vez que ainda alguns jovens num numero superior a 200 pessoas organizam-se em direcção a Praça da Independência que que estão juntar-se moradores daquele município a mediada que vão marchando.

Traremos actualizações nos próximos tempos
Mbanje

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

F Muteka no governo do Huambo serve conveniências subtis do regime


F Muteka no governo do Huambo serve conveniências subtis do regime

Pesquisa e análise
1 . Figuras do regime oriundas do Huambo, que ultimamente têm sido protagonistas de advertências internas acerca de “riscos” políticos e eleitorais que a continuação de Faustino Muteka como governador, pode vir a acarretar para o MPLA, têm chegado à conclusão de que os dirigentes não denotam indiferença face ao assunto.
Os críticos internos de F Muteka, entre os quais se contam os 5 deputados do MPLA eleitos pela província do Huambo, consideram que a acção do mesmo como governador, vista como nefasta, tem vindo a fomentar na população local sentimentos de desagrado e censura que aproveitarão eleitoralmente a UNITA.
A indiferença que as chamadas de atenção sobre a acção de F Muteka aparentemente merece da parte dos responsáveis é interpretada como demonstração de que a sua nomeação não resultou de uma “má escolha”; foi, antes, uma decisão deliberada, na origem da qual poderão estar “razões” como as consubstanciadas no seguinte outlook:

- O MPLA não terá condições efectivas para reeditar em 2012 o resultado eleitoral esmagador que alcançou no Huambo em 2008 (elegeu todos os 5 deputados do círculo provincial).
- As condições para a fraude eleitoral, que de facto esteve na origem do resultado de 2008, serão menos favoráveis – por reflexo de um ambiente político, interno e externo, menos permissivo e por uma mais apurada capacidade de fiscalização do acto eleitoral, proporcional a um conhecimento mais cabal dos processos e métodos usados para adulterar o sistema informático.
- O governador, pelo balanço negativo da sua acção, prestar-se-á ao papel de “bode expiatório” de um resultado eleitoral inferior ao de 2008 – que teoricamente também serve novos interesses do MPLA como o de se manter como partido maioritário, mas sem humilhar a UNITA.
Meios do regime denotam estar cientes de que os resultados de futuras eleições, devido a factores circunstanciais, serão mais equilibrados, embora com predominância do MPLA. Também se conjectura que o avantajado resultado de 2008 foi ditado pela necessidade, agora inexistente, de uma maioria de 2/3 para aprovar a nova constituição.

2 . A diminuta atenção prestada às queixas internas relacionadas com a acção de F Muteka, também é considerada reflexo dos apoios com que o mesmo conta no regime e no círculo presidencial, um dos quais provém do chefe da Casa Militar, M H Vieira Dias “Kopelipa”, com o qual mantém relações de estreita amizade.
Na fase inicial do seu consulado, F Muteka tomou medidas consideradas hostis a Paulo Cassoma, actual presidente da Assembleia Nacional e antigo governador do Huambo. À luz de lógicas perversas presentes em lutas intestinas de poder, o fenómeno é visto como tendo-se destinado a ofuscar P Cassoma e aspirações do mesmo.

3 . O mais recente “alarme” em relação à eventualidade de o MPLA vir a alcançar um resultado “menos bom” em próximas eleições, decorreu de um comício da UNITA na cidade; juntou uma multidão avaliada em 120.000 pessoas e deu azo a inéditas atitudes de destemor da população como um extenso cortejo motorizado de apoio à UNITA.
De acordo com observações neutras, existe no Huambo um clima de contestação e rebeldia da população em relação ao governador. Actos da sua responsabilidade considerados excessivos transpiram detalhadamente para o domínio público (tais como uma medida sobre o pagamento de 1% do salário dos professores ao MPLA).
No rescaldo do comício da UNITA, o governador, que é simultaneamente o principal dirigente do MPLA, convocou o comité provincial do partido para “analisar a situação na província”. As medidas aí tomadas, incluindo de reforço do controlo e vigilância das actividades da UNITA e dos seus dirigentes locais, foram conhecidas em pormenor.
A atitude adversa da população também é vista no contexto do fenómeno mais vasto, presente no país; a repercussão local de episódios como o apodo de “sulanos” que deputados do MPLA dirigiram aos da UNITA quando estes abandonaram a Assembleia Nacional no momento da votação da nova legislação eleitoral, anuviou o clima.

4 . F Muteka foi nomeado para o Huambo na mesma altura em que Mawete João Batista o foi para Cabinda. O regime não tem plena confiança na lealdade da população de ambas as províncias – a do Huambo por ser considerada afecta à UNITA e a de Cabinda devido aos seus nítidos sentimentos separatistas.
Ambos pertencem à chamada “velha guarda” do MPLA e são apontados como adeptos de políticas duras para lidar com adversários. Em Cabinda e no Huambo organizações da sociedade civil e outras, internacionais, assinalam regularmente práticas sistemáticas de pressão e intimidação da população.
Na acção de F Muteka como governador do Huambo estão identificadas tendências repressivas, que o próprio justifica com a convicção de que a população nutre simpatias pela UNITA; favorecimento próprio e de entes próximos, incluindo acumulação privada; demonstrações de falta de discernimento e competência.
A administração pública funciona com falhas e absorvendo anomalias. O pagamento a credores está sujeito a grandes atrasos. Passou a ser permitida a construção de casas de zinco na malha urbana da cidade e o sistema de fornecimento de energia eléctrica funciona com insuficiências e falta de regularidade.

5 . A nomeação/continuação de F Muteka no governo da província do Huambo também é vista no plano de subtis políticas do regime de dividir os ovimbundu, como etnia maioritária, geralmente conotada com a UNITA. É na esteira de tais políticas que são vistas escusas interferências do regime (AM 588) em disputas internas na UNITA.
Enquanto o governador do Huambo tem uma acção baseada em linhas geradoras de tensão social e política, sendo esta propiciadora de medidas de controlo e coacção, o governador do Bié, Álvaro Boavida Neto, tem uma atitude equilibrada e cordata. As duas províncias, vizinhas, constituem o principal habitat dos ovimbundu no território.
As figuras referenciais das facções em contenda na UNITA, Isaías Samakuva e Abel Chivukuvuku, são do Bié e Huambo, respectivamente – afinidade também presente entre apaniguados principais de ambos. É corrente a ideia de que o regime tem uma atitude mais condescendente em relação a I Samakuva.
Fonte: AM

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

A exoneração de Aguinaldo Jaime

Aguinaldo Jaime
1. O afastamento de Aguinaldo Jaime da ANIP, por efeito da exoneração da respectiva comissão de reestruturação, de que era coordenador, é apresentado em meios políticos e outros, de Luanda, como tendo sido influenciado por razões como as suas ligações ao controverso projecto “Bem Morar” e/ou a um mau funcionamento do organismo.A versão considerada mais próxima da realidade é, porém, a de que a medida foi politicamente calculada para servir de gesto de boa vontade destinado aos EUA – objectivo passível de aproveitar sequelas do caso de uma operação financeira irregular, implicando A Jaime e que abalou as relações bilaterais.
Os EUA adoptaram ultimamente uma atitude de menor complacência face a Angola, alimentada por avaliações negativas que a administração, lóbis e think tanks norte-americanos têm de aspectos chave da realidade angolana, entre as quais o ambiente de “alta corrupção” no Estado e sector empresarial público.
O grupo empresarial Arosfran, recentemente citado pelo Departamento de Tesouro dos EUA por pretensa implicação em acções de apoio ao terrorismo internacional, foi praticamente liquidado em Out, do mesmo modo que foi anunciada uma revisão próxima da lei de combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.
Na perspectiva do regime, a oportunidade de uma melhoria das relações com os EUA é devida a razões de conveniência política e económica – avolumadas pelo actual ambiente de tensões: preservar o clima de apoios e simpatias internacionais; atrair investimento externo (que de facto rareia e é quase inexistentes no caso dos EUA).
2 . A Jaime contestou as acusações e suspeitas que sobre ele recaíram na esteira do caso da referida operação financeira, USD 50 milhões, ocorrido em 2010, mas aparentemente a sua reputação como figura antes muito conceituada nos EUA e em meios financeiros internacionais, ficou prejudicada.
Maria Luisa Abrantes "Milucha"
O efeito pretendido com o afastamento de A Jaime, o de gesto de boa vontade dirigido aos EUA, terá sido adicionalmente facilitado pelo nome apontado para o substituir. Maria de Lourdes Abrantes “Milucha”, esteve nos últimos anos colocada nos EUA, como representante da ANIP, aí tendo criado um alargado círculo de relações.

3 . A exoneração de A Jaime não era esperada, não obstante a publicação de notícias de sentido depreciativo sobre as suas implicações no projecto “Bem Morar”. De acordo com uma praxis antiga na acção política do regime, notícias de tal teor são articuladas planos visando criar um ambiente propício a medidas extremas.
Em linhas gerais as notícias baseavam-se em dados como a existência de “opacas” ligações pessoais e institucionais de A Jaime com o projecto imobiliário “Bem Morar”, envolvendo promotores brasileiros. Paralelamente, e de forma menos ostensiva, correram rumores sobre um deficiente funcionamento da ANIP.
A Jaime era identificado nos rumores como responsável pelo mau funcionamento da ANIP e pela sua “má imagem”. O plano de reestruturação do organismo, para o qual tinha sido fixado um prazo de 6 meses, arrastava-se há 2 anos; havia conluios com potenciais investidores, no intento escuso de futuras ligações aos projectos.

4 . Na classe dirigente angolana e na elite em geral, A Jaime é objecto de sentimentos mistos – de admiração e de antipatia. O fenómeno é considerado causa das oscilações por que tem passado a sua vida pública; as posições que foi ocupando não foram alheias ao estado das influências e de sentimentos internos em relação a si.
Os seus admiradores, mais presentes na sociedade, consideram, p ex, que a ANIP acumulou prestígio durante o consulado de A Jaime – um ganho em parte devido à sua própria reputação. A competência técnica que geralmente lhe é reconhecida é associada a atributos como a sua capacidade oratória e as suas boas maneiras.
Projecto Bem Morar
São igualmente conhecidas conjecturas segundo as quais o “revés” por que A Jaime agora passou correspondeu a uma “maquinação” de sectores que lhe são adversos, com o propósito de o comprometer face a uma esperada remodelação governamental que José Eduardo dos Santos (JES) tem em mente e para a qual estaria a contar com ele.

5 . O “Bem Morar”, de acordo com especialistas, não é propriamente um projecto, mas sim um conceito de construção de habitação social. O investimento público resume-se à infraestruturação das áreas de construção. A aquisição de casas é feita directamente pelos compradores, com fundos próprios ou recurso a crédito bancário.
Não há dados concretos acerca de qualquer intervenção ANIP ou do próprio Estado no desenvolvimento do “Bem Morar” – mesmo a título de facilidades ou incentivos, como poderia eventualmente acontecer no caso de eventuais cedências de terras ou prestação de garantias. A sua natureza é inteiramente privada.
Pelé
O balanço do “Bem Morar” em termos concretos de construção de habitação, é negativo – uma realidade remetida para “falta de acção” dos promotores brasileiros. Na exploração do facto foram notadas tendências de expor A Jaime ao ónus do fracasso e criar um ambiente de mal estar com JES.
Foi para tal explorada a presença de A Jaime numa audiência pública de JES a Pelé, o futebolista brasileiro, então convidado para “padrinho” do projecto. A Jaime explica em meios que lhe são próximos que compareceu na audiência por razões de atenção e cortesia devidas a Pelé; os seus detractores alegam que o fito foi “fazer lóbi sobre o PR”.

6 . A Jaime apresenta uma característica considerada pouco vulgar na elite política angolana – a combinação entre independência de pensamento e lealdade política. P ex, manifestou reservas em relação à imposição de um limite mínimo para todos os investimentos privados, mas passou a defender publicamente a medida depois de aprovada.
Fonte: AM