quarta-feira, 11 de abril de 2012

Governador de Cabinda corresponde a cálculos de utilidade política

1 . O Bispo de Cabinda, D. Filomeno Vieira Dias, censura, em privado, a acção do actual governador provincial, Mawete João Batista, nomeadamente no que toca às suas políticas nos planos do desenvolvimento económico-social do território, satisfação de condições básicas de vida da população e propensão para o autoritarismo. José Eduardo dos Santos (JES), adquirem especial importância devido a posições que o mesmo até há pouco denotava, descritas como "contemporizadoras" com o status-quo do território e com as suas autoridades. MPLA, por Henrique Fúti, identificado como "eminência parda" do núcleo duro regime no território (é representante da Casa Militar da PR).
 



2 .
- Emprego sistemático de políticas e métodos repressivos e/ou de discriminação social para lidar/controlar indivíduos considerados
- Degradação de condições básicas de vida da população em resultado de práticas de má gestão da administração e/ou do sector empresarial público ou, ainda, da imposição de controversos critérios de segurança na definição e lançamento de projectos de investimento.
O governador, fisicamente mais ausente que presente do território, devido a supostas razões de saúde, não deixa transparecer, porém, embaraço e/ou ou temor face à reputação notoriamente negativa que concitou na população. É-lhe atribuída a expressão
Continuam a ser referenciados na população de Cabinda sentimentos de descontentamento alimentados por distorções da governação de Mawete J Batista tais como as seguintes: "não merecedores de confiança política" ou conotados com a oposição (em ambos os casos predominam nativos do território). "tudo o que faço é do conhecimento do Presidente".
3 .
O pendor autoritário de Mawete J Batista, acrescido da sua ostensiva falta de preparação, serve dois objectivos aparentemente contraditórios:
- Contribui para a criação de uma atmosfera propiciadora de pressão política e de temor público – considerada
- Permite facilmente erigi-lo em
Em
- Ajustamento a novas realidades político-sociais.
- Oportunismo eleitoral (melhorar a
Ao invés da adopção do espírito de maior flexibilidade nas políticas do regime para Cabinda que as tendências deixavam prever, tem-se registado um endurecimento, ilustrado em casos de mais severa vigilância da população por parte do
A manutenção de Mawete J Batista no cargo, considerada paradoxal à luz de critérios de racionalidade política em razão dos quais a sua fraca reputação pessoal e política seria penalizada, é atribuída a "subtilezas" da política do regime do MPLA para Cabinda – sua concepção e aplicação. "vantajosa" para desencorajar ou controlar focos individuais ou colectivas de separatismo. "bode expiatório" de alegados desvios excessos, caso isso sirva futuras conveniências do regime de criar um clima de desanuviamento e apaziguamento interno. Fev.2012 foram conhecidos em meios restritos factos e sugestões de que as autoridades estariam mais receptivas à ideia da concessão a Cabinda de um estatuto de autonomia política e administrativa. A mudança de atitude que tal cenário representava (autenticidade não verificada), foi associada a factores como os seguintes: performance do MPLA face às eleições que se avisinham). SINSE e de atentados contra guerrilheiros separatistas da FLEC.
4 .
Estas ocorrências (em
A par das acções de eliminação de chefes da
Nas avaliações internas com base nas quais estas acções são postas em marcha, os campos de refugiados constituem
Em meios de
Em Mar.2012 os comandantes da FLEC João Alberto Gomes "Noite e Dia" e Mazina, foram raptados em território da Rep Congo, a ca de 30 kms da fronteira de Massábi, Cabinda. "Noite e Dia" substituíra no comando da FNorte Gabriel Nhemba "Pirilampo", que há ca 1 ano fora também raptado e assassinado (sinais de tortura). Jun.2011 fora igualmente registada a morte, em circunstâncias análogas, de outros 2 comandantes da FLEC, Maurício Sabata e "Vinagre") são consideradas resultado de "covert actions" de forças especiais angolanas, executadas nos países vizinhos com base em cumplicidades das autoridades e influências locais. FLEC foi também referenciado um "forcing", levado a cabo por "operativos" de branches da Segurança, em certos casos apoiados por militares, no sentido de coagir/aliciar (em alternativa, raptar) refugiados de Cabinda nos países vizinhos tendo em vista levá-los de volta à terra natal. "bases de refúgio" de grupos de guerrilha em movimentos de retirada táctica do território – após execução das suas acções ou sob pressão de acções de perseguição de forças governamentais. intelligence que acompanham a situação em Cabinda, a linha actual da política do regime configura uma aplicação destinada a enfraquecer ou neutralizar a ala militar da FLEC, com condição prévia para iniciativas políticas susceptíveis de conduzir a uma autonomia do território em condições de menor risco.
5 .
No território tem sido assinalada a presença frequente, em
As políticas do regime para Cabinda são delineadas e acompanhadas na sua execução por um "directório" a funcionar na esfera da PR sob a "orientação" de JES e, de forma mais constante, do chefe da Casa Militar, Gen M H Vieira Dias "Kopelipa" – este assistido por alguns "especialistas". "visitas de ajuda e controlo", do Gen A. José Maria, chefe do SIM-Serviço de Inteligência Militar e de Fernando Manuel, um alto quadro do SINSE, especialista em acções especiais, e que presentemente dirige o mesmo.